2.1 Dor Neuropática: Quando o Sistema Nervoso É a Fonte da Dor
A dor neuropática é causada por uma lesão ou mau funcionamento do sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal) ou periférico (nervos que se espalham pelo corpo). Ao contrário da dor comum, que surge como resposta a uma lesão ou inflamação nos tecidos, a dor neuropática acontece mesmo na ausência de um estímulo externo direto. Ou seja, o sistema nervoso “dispara” sinais de dor sem que exista uma causa física aparente naquele momento.
Características da Dor Neuropática
Essa dor tem características próprias, que ajudam a diferenciá-la de outros tipos. Entre os sintomas mais comuns, estão:
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Sensação de queimação constante;
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Choques elétricos repentinos;
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Formigamento ou sensação de agulhadas;
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Hipersensibilidade ao toque ou ao frio;
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Dor persistente mesmo após a cura de uma lesão;
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Em alguns casos, perda de sensibilidade em determinadas áreas do corpo.
Essa dor pode ser intermitente (vem e vai) ou contínua (presente o tempo todo), e muitas vezes não melhora com analgésicos comuns, exigindo tratamentos mais específicos.
Principais Causas de Dor Neuropática
Diversas condições podem afetar os nervos e causar esse tipo de dor, entre elas:
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Diabetes Mellitus: Uma das causas mais comuns. A neuropatia diabética afeta principalmente os nervos das pernas e pés.
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Hérnias de disco: Quando pressionam raízes nervosas, podem causar dores intensas irradiando para os membros.
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Acidente Vascular Cerebral (AVC): Pode danificar partes do cérebro responsáveis pela percepção da dor.
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Esclerose múltipla: Doença autoimune que afeta o sistema nervoso central.
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Infecções: Como herpes-zóster (que pode causar a chamada neuralgia pós-herpética).
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Traumas: Lesões em nervos por acidentes, cirurgias ou cortes profundos.
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Tratamentos como quimioterapia: Que podem danificar os nervos periféricos.
Impactos na Qualidade de Vida
A dor neuropática pode ser extremamente debilitante. Muitas pessoas convivem com ela por anos, enfrentando dificuldades para dormir, trabalhar, se movimentar e até manter relações sociais. O impacto psicológico também é significativo — é comum que pacientes com dor crônica desenvolvam ansiedade, depressão e até transtornos do sono.
Tratamentos Disponíveis
Por ser uma dor de origem nervosa, ela nem sempre responde bem aos medicamentos tradicionais como paracetamol ou anti-inflamatórios. Os tratamentos mais usados incluem:
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Antidepressivos tricíclicos (ex: amitriptilina);
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Anticonvulsivantes (ex: pregabalina, gabapentina);
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Fisioterapia e acupuntura;
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Estimulação elétrica transcutânea (TENS);
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Bloqueios nervosos e, em casos graves, cirurgias;
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Terapia cognitivo-comportamental (para ajudar a lidar com o impacto emocional da dor).
Cada caso é único, e o tratamento deve ser personalizado, com acompanhamento médico constante.